É bastante comum deixar TV, computador, carregador de celular, geladeira, micro-ondas, fogão e videogame conectados ao plugue. Tudo por conta da força do hábito, já que somos adeptos ao comodismo de deixar tudo da maneira mais fácil, para usarmos quando der na telha.
Mas, você já parou para pensar se, mesmo com o aparelho desligado, o fato da tomada estar plugada gasta energia?

Há consequências de deixar múltiplos aparelhos conectados na tomada – mesmo que estejam desligados. Um estudo da ONG NRDC (sigla em inglês para Conselho de Defesa dos Recursos Naturais) fez uma análise de como as pessoas norte-americanas gastam a energia em seus lares. Em média, costuma-se deixar 65 aparelhos plugados permanentemente na tomada, e isso representa um consumo de 23% de energia total gasta.
Só nos Estados Unidos, tudo isso representa um gasto que equivale a R$ 60 milhões – equivalente a cerca de R$ 540 por ano por cada residência.

Grandes gestadores de energia, como ar-condicionado e aquecedor, respondem por 15% dos gastos de aparelhos desligados, segundo o estudo da NRDC.
Mas são os eletrodomésticos os maiores responsáveis pelo consumo: TVs, computadores, impressoras e videogames, por exemplo, representam 51% do maior gasto de energia, mesmo quando estão desligados.
Televisores desligados, mas conectados à tomada, podem gastar até 13 watts por dia, mais que laptops conectados a carregadores (7,1 watts), roteadores sem fio (5,5 watts) e telefones sem fio (2,2 watts).
“As TVs costumam ter uma pequena luz que fica acesa mesmo com o aparelho desligado”, explicou o engenheiro professor da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Shayanu. Não se trata de um gasto muito significativo, porém. “Esse sensor, que recebe os comandos do controle, gasta pouca energia. A tela é o componente que mais consome eletricidade”.
O professor da UnB acredita que isso não representa um peso tão grande na nossa conta de energia, porque a economia de consumo ao tirar todos os aparelhos da tomada é pequena. “O número só é significativo quando se considera que milhões de pessoas não têm o hábito de tirar os aparelhos da tomada”, disse Shayanu ao jornal Correio Braziliense.

Ideal mesmo, segundo o estudo da NRDC, é ficar atento ao consumo médio de energia dos aparelhos ao comprá-los. Desconectar aparelhos pode ser uma boa medida, por exemplo, quando eles ficam muito tempo sem serem utilizados. Sabe aquela TV que fica no quarto de hóspedes, sem usar por um bom tempo? Considere desligá-la da tomada.
Vale a pena também ter estabilizadores de energia ou filtros de linha, que concentram vários aparelhos na tomada. Neste caso, ao ficar alguns dias fora de casa, por exemplo, basta desconectar apenas a tomada desse estabilizador, para garantir que vários aparelhos não gastem energia.
Outro ponto de atenção: verificar os selos de consumo na hora de comprar os aparelhos. Todos eles possuem cinco barras coloridas, que vão da letra A (verde) ao E (vermelho). “Eletrodomésticos foram comparados entre si de acordo com eficiência e consumo”, disse Shayanu. “Por exemplo: uma geladeira classificada como A gela igual e gasta menos que as de B, C, D e E. O preço pode ser mais salgado, mas há dois grandes benefícios: a redução na conta de luz e o impacto no meio ambiente”.
Gasto de energia de brasileiros
Por aqui, apesar da crise econômica que estamos enfrentando, os brasileiros passaram a ter mais equipamentos eletrônicos. Um estudo da consultoria de gestão Accenture fez um levantamento, porém, mostrando que o Brasil é o segundo maior consumidor de eletrônicos em todo o mundo, atrás apenas da China.
É cada vez mais comum que lares tenham notebooks, videogames e celulares, e isso impacta na forma com que consumimos energia.
Fonte: Vix