Anastácio Gomes França nasceu no dia 21 de abril de 1933 às margens do rio Longá, município de Buriti dos Lopes.
Filho de Pedro Araújo França e Maria Barbosa Gomes, ambos vindos do vizinho estado do Ceará e fixando residência no município de Buriti dos Lopes, onde tinham uma modesta residência.
Anastácio era um menino prestativo e muito inteligente. Aprendeu logo o ofício do pai, mas tinha outros ideais na vida e logo saiu de Buriti dos Lopes à procura de um meio de vida. Viajou para Teresina, onde passou pouco tempo, pois não encontrando adaptação naquela cidade resolveu residir em Cocal.
Buscava um meio de vida que lhe garantisse o seu sustento e o de sua família, pois pertencia a uma grande família de seis irmãos, sendo eles:
- Anastácio Gomes França;
- Orisvaldo Gomes França;
- José Gomes França;
- Francisco Gomes França;
- Maria de Jesus Gomes França;
- Maria das Graças Gomes França.
Chegou à cidade de Cocal ainda menino com apenas quinze anos de idade, e veio exatamente à procura de trabalho. Iniciando os seus serviços na serraria do Sr. Laurentino Florindo de Brito, o qual lhe daria as primeiras aulas na arte de trabalhar com madeira, e logo mostrou aptidão e um grande talento para confeccionar as peças.
Depois, foi trabalhar com Edson Pinheiro dos Santos, mas o seu grande sonho e sua vocação eram outros, e logo começou a se envolver com os homens públicos da cidade, o que não tardaria a ser notado pela sua coragem e firmeza em suas decisões em relação à política de Cocal.
Sua vida sempre foi dedicada ao trabalho, pouco brincou, pois achava que o mais importante era trabalhar para garantir um lugar no futuro. Sua primeira participação na política cocalense foi no ano de 1950, quando trabalhou na campanha do Sr. Antônio Damasceno e Vasconcelos, porém, o mesmo não teve êxito e acabou perdendo as eleições. Mas isto, não significava tudo, e logo quando completou 19 anos de idade, sua vida tomava um novo rumo.
Era uma pessoa muito bem vista e querida, no entanto, um fato mudaria sua vida, ao ter que servir as forças armadas. Ingressava no Exército Brasileiro e durante onze meses (fevereiro a dezembro de 1952) serviu as Forças Armadas. Após sua estadia na capital Teresina, pediu desligamento e voltou para Cocal, onde logo conheceria, Maria Amélia Moreira França, filha de João Rodrigues Moreira e Maria Rosa Moreira, e, em pouco tempo, pediu a mão da moça em casamento, sendo este consumado com a celebração do matrimônio no dia 28 de maio de 1955.
No dia 09 de setembro de 1966, nascia a primeira e única filha do casal, Amélia Moreira França. Depois de um parto complicado e sem assistência médica adequada, a senhora Amélia França não resistiu e veio a falecer para tristeza maior de Anastácio Gomes França.
Trabalhou ao lado de Antônio Damasceno e Vasconcelos, onde teve a oportunidade de ser convidado a ingressar na política e a conhecer com mais profundidade as táticas de como ganhar uma eleição, mesmo que isto nunca tenha acontecido do lado daquele senhor.
Em 1958, depois de disputar uma eleição acirrada, foi eleito pela primeira vez para um cargo público, com a suma de 236 votos, tornando- -se um dos vereadores mais combatentes na Câmara de Vereadores de Cocal.
Com o tempo, passou a admirar a filha de Antônio Damasceno e Vasconcelos e Generosa Vieira e Vasconcelos, residentes no povoado Contendas, a jovem Lêda Damasceno e Vasconcelos, por quem se apaixonaria e a quem logo pediria em casamento.
O fato se consumou oficialmente com a celebração do enlace matrimonial no dia 28 de outubro de 1967, na igreja matriz da cidade de Piracuruca.
Tiveram quatros filhos:
- Lílian Vasconcelos França;
- Sady Vasconcelos França;
- Leila Vasconcelos França;
- Anastácio Gomes França Júnior.
No ano de 1966, faz um acordo com o ex prefeito, Joaquim Vieira de Brito e concorre ao cargo de vice-prefeito na mesma chapa. E no 31 de janeiro, vitoriosos, assume o papel de vice-prefeito e presidente da Câmara de Vereadores de Cocal. Era uma época difícil para o país. Na mesma data ao período, o ano de 1964, havia acontecido o golpe militar e iniciava um período que ficaria conhecido como Ditadura Militar.
Os militares implantaram medidas conhecidas como os Atos Institucionais. Um deles dava fim ao pluripartidarismo e estabelecia a criação de apenas dois partidos. Era o bipartidarismo. Sendo criados a Arena e o MDB.
Várias divergências entre os dois amigos provocaram discussões e o rompimento da parceria. E em 1972, Anastácio Gomes França lança seu nome a candidato ao cargo de prefeito, sendo eleito com 3.000 votos.
No dia 31 de março de 1973 é empossado como prefeito de Cocal, pelo partido da Arena 2. Após ter enfrentando todo o poder da época, do seu antigo aliado, comandado por “Quincas Viera”, com o lema “Um tostão contra um milhão’’ e tendo como vice-prefeita, Francisca Aguiar e Silva, companheira que com entusiasmo e coragem se lançou na história do município como a primeira mulher a exercer um cargo majoritário na política cocalense.
A Câmara de Vereadores (1973 a 1976):
- José Maria de Sousa Marques;
- Frutuoso Cardoso da Costa;
- Francisco Raimundo Vieira;
- Pedro Cardoso de Brito;
- Francisco Miranda dos Santos;
- Raimundo de Brito Machado;
- Antônio Vasconcelos Pacheco;
Durante os quatro anos que administrou o município de Cocal.
Foi ousado e estrategista, buscando, principalmente, o acesso às áreas mais isoladas da região. Dessa forma, teve como meta principal a construção de estradas vicinais ligando a zona rural à zona urbana de Cocal.
Em 1976, elege o seu sucessor para o cargo de prefeito municipal de Cocal, José Maria de Sousa marques, com o qual, logo se desentenderia por não concordar com a forma que o prefeito queria governar sem atender as suas ordens de líder político da região.
Em 01 de fevereiro de 1983 assume novamente o cargo de prefeito municipal de Cocal o Sr. Anastácio Gomes França, tendo como vice-prefeito Francisco das Chagas Vaz.
Com esta vitória notabilizou-se a figura do homem público, como um novo líder na tarefa árdua de administrar o município de Cocal. E durante longos anos liderou as várias vitórias sobre os seus adversários sendo visto como “invencível”. Chegou a ser chamado por alguns como “Coronel” Anastácio França.
A Câmara de Vereadores (1983 a 1988):
- João de Brito Cardoso;
- Francisco Vasconcelos Pacheco;
- Raimundo Alves de Brito;
- João Cardoso de Brito;
- Antônio dos Santos Carvalho;
- Francisco João de Oliveira;
- Raimundo Pinho de Carvalho;
- Generindo Machado de Amorim;
- Antônio dos Santos Portela
Teve como principais obras:
- Prédio da Prefeitura Municipal de Cocal;
- Colégio Agrícola com convênio Federal;
- Conjunto José da Cunha Frota (135 casas);
- Unidade Escolar Domingos Alves Gomes
- Unidade Escolar CNEC.
Após deixar a prefeitura municipal de Cocal, ambicionou um dos mais altos graus da política piauiense. Lançou-se candidato ao cargo de Deputado Estadual, mas não conseguindo a maioria esperada de votos, ficou como suplente do cargo. Isto possibilitou assumir algumas vezes a cadeira de deputado estadual, na Assembleia Legislativa do do Piauí.
Com a idade avançada e alguns problemas de saúde, resolveu afastar se da vida pública e viver no conforto da família. Mas entra para a História como um dos maiores prefeitos de todos os tempos.
Livro: COCAL. Editora, Sieart, 2021
Fotos: Direitos Autorais, João Passos.