Pelo menos 133 espécies de peixes em risco de extinção no litoral do Piauí, segundo a Comissão Ilha Ativa, ONG que assessora comunidades da área de proteção ambiental do Delta do Parnaíba. Pescadores da região afirmam que já estão sentindo o impacto da estatística enquanto tentam sustentar suas famílias.
Antônio José da Silva é um deles. O pescador declarou que às vezes o que é obtido com a atividade chega à diferença de 30 kg entre um dia e outro. “Já cheguei a pescar 150 kg”, disse.
A baixa ocorre mesmo com o uso da experiência e da tecnologia. Isso porque os pescadores contam hoje com um aplicativo que indica áreas propensas para a atividade. “A gente leva o celular, marca os pontos de pescar e vai só no certo”, disse Antônio.
Alguns pescadores acreditam que a escassez de algumas espécies vem do desrespeito ao devido intervalo de tempo que os cardumes precisam para o aumento de suas populações. Além do aumento no número de pessoas que praticam a atividade na região.
Efeito sentido nos restaurantes da região, que possuem cardápios tradicionalmente voltados para peixes e outros frutos-do-mar. A baixa oferta de caranguejo, por exemplo, espécie que conta com o período do defeso, quando é fechada a pesca para reprodução e proteção, mostra que é preciso fazer mais para a preservação.
“É a natureza dando sua resposta, porque tantos anos que a gente vai pegando mais caranguejo, há também a pesca indevida, em que pegam fora de época, pegam fêmeas também, o que é proibido pelo Ibama”, disse a empresária Júlia Mello.
A bióloga Liliana Oliveira, presidente da Comissão Ilha Ativa, afirmou que o cenário é preocupante há algum tempo. Além das mudanças climáticas, a pesca predatória potencializa o risco de extinção, principalmente de espécies mais procuradas para consumo.
Segundo o levantamento dos dados há algum tempo relacionado a essas explorações, desde 2012, quando foi iniciado, a ONG vem percebendo que essa diminuição, a escassez, essa sobrepesca vem aumentado muito.
Ainda segundo Liliana, 52% de todas as espécies valorizadas comercialmente está entrando em colapso e 8% delas não existem mais. Fonte/Fotos: G1/PHBN.