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Caravana parnaibana da Marcha das Margaridas em Brasília volta ao Piauí.

 

 

A caravana parnaibana da 7ª Marcha das Margaridas realizada em Brasília na terça-feira dia 15 e que reuniu mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e cidades na capital federal, retorna ao Piauí nesta quinta-feira (17).

O anúncio foi feito no início da tarde pela ativista Celeste Sousa, do movimento dos pescadores e pescadoras artesanais da região de Parnaíba (à esquerda na foto). A abertura teve a presença de representantes dos movimentos sindicais e de ministros do Governo Federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no evento nessa quarta-feira quando fez pronunciamento e anúncios em resposta às principais demandas das mulheres. Ainda em junho, a organização da marcha levou a pauta de solicitações ao Governo Federal.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve na abertura oficial e antecipou que a pasta deve retomar o Grupo Terra, focado em desenvolver políticas para as populações do campo e da floresta, além de ações para acolhimento de mulheres e crianças vítimas de violência nas unidades básicas de saúde e reconstrução do comitê de avaliação de plantas medicinais e fitoterápicas.

Algumas demandas apresentadas pela marcha são a ampliação da participação das mulheres na política, combate à violência, racismo e sexismo, autonomia econômica, acesso à terra e educação, segurança alimentar, produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital.

Para a coordenadora-geral da marcha e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Mazé Morais, a marcha “rendeu frutos históricos capazes de mudar a vida de mulheres por meio de uma plataforma de resistência. O lema da edição de 2023 foi Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que as participantes marcharam por seus ideais e por um país mais justo e pacífico. “Nós não queremos que seja o país do ódio e da raiva. Queremos que seja o país da paz”, disse.

Já Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, emocionou-se ao ver a homenagem prestada a irmã Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. “Não vão nos intimidar, não vão nos calar”, destacou.

Participaram do evento as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Margareth Menezes, da Cultura e Ana Moser, dos Esporte, além de ministros e representantes da Caixa, Banco do Brasil e delegações de 35 países.

As mulheres realizaram a marcha na quarta-feira na Esplanada dos Ministérios.

Margarida Alves

O Senado aprovou na terça-feira a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A matéria segue agora para sanção.

Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em resposta a sua luta pelos direitos da categoria. Desde então a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas até hoje o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Em abril de 2020 a comissão concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves.

O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência. Fonte: Agência Brasil/CS. Fotos: Celeste Sousa. Edição: APM Notícias.

 

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