O COMANDANTE MOYSÉS PIMENTEL
Por Antônio Gallas
Com o título Desafio: escrever em 21 dias, o confrade Sérgio Ramos – ACADEMIA DE CIÊNCIAS ARTES E LETRAS DE TUTÓIA, coloca no grupo do whatsapp da ACALT as etapas com as devidas instruções de como devemos proceder para atingir os objetivos desse desafio.
Coincidentemente eu já havia planejado escrever hoje, 18 de outubro, sobre o meu pai, o comandante Moysés Pedreira Pimentel, porque se vivo fosse estaria completando nesta data 135 anos de vida.
Moysés Pedreira Pimentel nasceu em Teresina – Piauí em 18 de outubro de 1885. Teve uma infância pobre mas sempre obstinado a vencer na vida. Com apenas o curso primário exerceu diversas profissões, dentre as quais torneiro mecânico, comandante de embarcações marítimas-fluviais de pequena e grande cabotagem, delgado de polícia, funcionário publico, comerciante e agropecuarista. Casou-se duas vezes. A primeira em Teresina e a esposa chamava-se Maria da Conceição Oliveira (dona Marocas) com quem teve 04 filhos: Almir, Durval, Antônio e Raimunda (Neném Pimentel Santana). O segundo casamento aconteceu em Parnaíba com jovem Zila Cerveira Galas, de família tutoiense. Zila seria namorada do senhor Delbão Rodrigues proprietário da empresa de navegação na qual Moysés, era comandante de um dos navios. Após o casamento, mudaram-se para Tutóia, terra natal de Zila onde ele viveu até falecer em 1979 com 94 anos de idade.
Moysés e Zila não tiveram filhos. Criaram-me a partir do sétimo dia do meu nascimento. Deram-me carinho, conforto, educação, bons ensinamentos, e especialmente muito AMOR, que para mim representou um dos fatos mais importantes dessa criação, bem assim de não terem escondido as verdades sobre minha origem, como acontece muitas vezes. Assim, nunca tive vergonha ou preconceito com minha mãe biológica ou com parentes consanguíneos. Convivo com eles harmoniosamente e esta importante lição que me foi ensinada por Moysés Pimentel deixa-me bastante feliz e orgulhoso.
Boas lembranças tenho da minha infância, da juventude, das peraltices e também dos castigos que variavam de bolos da palmatória, umas chicotadas com chicote de açoitar cavalos ou o castigo de joelhos por alguns minutos. Àquela época isso não era considerado crime e graças à essa educação rigorosa minha geração não enveredou pelo lado das drogas ou da marginalização. Não restam dúvidas que o caráter, a rigidez nas ações do senhor Moysés ajudaram também a moldar o meu modo de vida, mas a lembrança mais importante que tenho do meu pai era o seu lado alegre, festeiro, cheio de humor e acima de tudo humano. Este eu tenho certeza, eu herdei, até porque não podia ser diferente, às vésperas de sua morte, confessou o que de há muito a família já suspeitava: era o meu pai biológico.