O escritor Pádua Marques recebeu nesta quinta-feira (27) um pedido de seu amigo arquiteto e urbanista Nelson Barbosa, mas teve que se desculpar a tempo: localizar o historiador Cosme Costa Sousa para guiar a excursão de uma escola de Batalha, na região norte do Piauí, que estaria vindo conhecer as praças, monumentos, a região do centro histórico como o Porto das Barcas em Parnaíba.
Pádua Marques, romancista, cronista e contista, membro da Academia Parnaibana de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, autor de entre outros livros o recente Vinte Contos para Simplício Dias, ficou decepcionado em não poder atender o pedido de seu amigo.
Tudo porque Cosme Costa Sousa, que às vezes de forma voluntária fazia serviços de guia turístico em Parnaíba, morreu em maio de 2021 aos 57 anos. Era também membro efetivo do IHGGP, servidor público estadual da Secretaria de Cultura e toda sua luta foi em defesa da valorização do patrimônio histórico, os monumentos, casario, prédios públicos e particulares.
“Sem o Cosme a Parnaíba perdeu um defensor desta causa e que agora se vê que ele tinha razão”, disse nesta quinta-feira Pádua Marques. Segundo o escritor, é inadmissível que uma cidade com a importância de Parnaíba, onde a cada dia cresce o interesse pela sua história, tendo inclusive cursos história e de turismo, não tenha por parte das secretarias municipais de Turismo e de Cultura, um posto de informações e guias para atender a demanda.
Pádua Marques acrescenta que há e urgente, a necessidade de se trabalhar a imagem de Parnaíba para o turista, dando equipamentos de informação e satisfação no centro da cidade. É necessário reativar o balcão de informações ou até ampliar a quantidade.
O autor de O Libertador de Cuba sempre questionou a presença de turistas na praça da Graça e no centro comercial fazendo compras, fotografando, tomando lanche ou almoçando em algum restaurante.
” Aqui sempre se trabalhou mais Parnaíba a partir da viagem ao delta no porto dos Tatus em Ilha Grande do Piauí. A cidade e seu miolo, as praças, monumentos, o casario antigo. E mais agora, há necessidade de se trabalhar a imagem de Parnaíba. Aqui poderia ser como Viçosa, onde se tem excelente serviço de recepção”.
Sem estatísticas sobre quantas pessoas passam por dentro de Parnaíba todos os meses, o escritor arrisca uma possibilidade: os turistas que mais entram na região do centro antigo a partir das praças da Graça, Santo Antônio, Coronel Jonas e da Santa Casa, no dito miolo, são aqueles conterrâneos que moram noutros estados e que vêm no meio do ano e no Natal. Agora, que precisa de guias municipais de turismo, isso precisa”, concluiu.