O Fórum de Meliponicultura do Piauí objetiva discutir o marco regulatório da atividade.
A Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), em parceria com a Associação de Meliponicultores do Piauí (AME-PI), realizará, nesta sexta-feira (14), o 1º Fórum de Meliponicultura do Piauí. O objetivo é discutir e compreender a importância da atividade para o estado, bem como incentivar a criação de um marco regulatório para a produção no território piauiense.
Para o diretor de Fomento às Cadeias Produtivas da SAF, Alionardo Santiago, o fórum será feito para dar uma maior visibilidade a esta produção. “É a primeira vez que estamos realizando esse fórum que irá discutir as atividades produtivas, bem como os aspectos regulatórios que a meliponicultura necessita para dar continuidade e ter o seu reconhecimento legal dentro do Piauí para o desenvolvimento do setor produtivo”, afirmou o gestor.
Diferente da apicultura, onde se trabalha com a criação de abelhas exóticas – advindas da África – a meliponicultura é uma atividade que foca na criação de abelhas nativas sem ferrão. Realizada por povos tradicionais, originários e indígenas, o foco da atividade é explorar de forma sustentável a produção.
A bióloga e educadora ambiental Sandra Sousa explica que, na meliponicultura, o processo de polinização das abelhas nativas sem ferrão é realizado somente em plantas nativas da região, como aroeira, angico, gameleira, entre outras.
“O mel produzido pelas abelhas nativas é mais valorizado pelo fator financeiro, nutricional e medicinal, pelo fato delas serem mais seletivas quanto à escolha de plantas a serem polinizadas. Diferente das abelhas exóticas, as abelhas nativas buscam plantas naturais do estado, o que torna o produto até mesmo mais doce em relação ao mel produzido pela apicultura”, afirmou a bióloga.
Sandra Sousa também destaca que, a partir das discussões em torno da regulamentação da meliponicultura no Piauí, será possível também diminuir o número de atividades predatórias – retiradas ilegais dos ninhos de abelhas – devido essas atividades consistirem, muitas vezes, em derrubada de árvores, onde as abelhas estão alojadas, feito por pessoas que não possuem conhecimento e técnicas adequadas para fazer a retirada de abelhas sem ferrão de seus ninhos.
“Mesmo não sendo meleiros, muitas pessoas vão para as matas, retiram as abelhas sem ferrão de forma inadequada, colocam em caixas, e realizam a exploração do mel delas sem o manuseio recomendado. Isso prejudica o ecossistema, porque muitas espécies de abelhas nativas sem ferrão vêm diminuindo, e com essa extinção, as plantas nativas, que são beneficiadas pela polinização das abelhas, também irão sofrer”, concluiu a educadora ambiental.
No evento, serão apresentadas ideias e exposições de experiências da meliponicultura em outros estados que já possuem a regulamentação legal, como a Bahia. Dentre o público-alvo que irá participar do fórum, estão entidades públicas e privadas, associações, meliponicultores, instituições acadêmicas, e também colaboradores da SAF.
O fórum irá ocorrer, nesta sexta-feira (14), das 8h às 17h, no Centro Guadalupe, localizado na rua Área Leão, 1896, no bairro Vila Operária, zona Norte de Teresina.
- Por: Richards Sales