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FAB acha 2 corpos no mar em Cabo Frio (RJ) que podem ser de lancha sumida.

A Marinha do Brasil informou na noite de ontem que aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) encontraram dois corpos em alto mar, na região de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Segundo a corporação, a suspeita é que as vítimas eram os tripulantes da embarcação “O Maestro” que está desaparecida desde o último dia 30. A previsão é que eles sejam levados hoje ao Porto de Macaé para serem levados para a identificação. Apesar da notícia, familiares ainda têm a esperança de encontrar os tripulantes vivos.

Os corpos foram encontrados a cerca de 50 km a leste do Farol de Cabo Frio, em uma região perto do local onde foi achado, na última terça-feira, um freezer intacto com alimentos dentro, que se acredita ser da embarcação.

Estão desaparecidos Ricardo José Kirst, empresário e proprietário da embarcação, Domingos Savio Ribeiro (empresário), Guilherme Ambrósio de Oliveira (comandante), José Cláudio de Souza Vieira (mestre de máquina) e Wilson Martins dos Santos (pescador). Todos eles, segundo a família de Kirst, têm experiência no mar, são amigos e pescam juntos há muitos anos. O grupo realizava um sonho com a expedição na lancha modelo DM38 que duraria entre 15 e 20 dias por parte da costa brasileira.

Um freezer intacto, com alimentos dentro, que seria da lancha O Maestro foi encontrado na última quarta-feira (3), a cerca de 23 milhas náuticas (ou 43 km) a leste da ponta de Cabo Frio (RJ). O objeto foi localizado e recolhido pela equipe do navio-patrulha Macaé.

A Marinha do Brasil informou que chamou os familiares dos cinco desaparecidos em comunicado oficial, ocorrido na noite de ontem. O órgão destacou que a operação de regate há realizou varredura em área de mais de 55.000 km², percorrendo uma faixa litorânea entre o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), e a Restinga da Marambaia (RJ), com um afastamento de até 90 km da costa.

“Cabe destacar que as buscas continuam, apesar das condições de mar desfavoráveis e com tendência a piorar a partir de amanhã, conforme avisos de mau tempo publicados pelo Centro de Hidrografia da Marinha. O Com1ºDN esclarece que é solidário ao momento crítico vivenciado e informou pontualmente aos familiares de cada tripulante sobre o citado recolhimento, prestando todo o apoio necessário”, disse em nota.

A mulher de Ricardo José Kirst, Tatiane Kirst, chegou ao Rio de Janeiro na quarta-feira (3) para realizar buscas paralelas às da Marinha do Brasil com ajuda de pescadores. Ela conversou com o UOL e disse que não acredita que os corpos encontrados sejam de Kirst ou de algum amigo dele. Tatiane contou que a Marinha informou sobre a localização de dois corpos e que hoje, assim que eles forem recolhidos, serão levados para o Instituto Médico Legal de Macaé para que familiares façam o reconhecimento.

“Os corpos estavam em Macaé, não muito longe, isso que a Marinha falou. Mas assim aconteceu uma tragédia na Bahia, como estavam em vento nordeste e eu acredito em muita coisa. Eu confio em Deus e sinto que meu esposo está vivo, quando eles falaram não senti. Quando você ama existe uma conexão entre você, ele e Deus. Eu sinto ele triste, em algum momento ele está refletindo no que aconteceu e sinto que ele está vido. Estou sempre dizendo estou chegando, chegando. Eu creio que ele está vivo”, afirmou Tatiane.

Buscas em paralelo Sem informações concretas, ontem, familiares dos desaparecidos iniciaram buscas paralelas à da Marinha, com ajuda de um grupo de navegantes solidários ao caso. Eles seguiram para a região de Macaé (RJ), mas não localizaram nada. Tatiane Kirst afirmou que diverge da área que a Marinha realiza das buscas, que restringe ao Rio de Janeiro, e acreditam que os tripulantes podem estar no estado do Espírito Santo.

A Marinha do Brasil informou que o Salvamar Sueste, estrutura orgânica responsável por Operações de Busca e Salvamento nesta região, emitiu aviso aos navegantes, dando ampla divulgação por rádio, para alertar e solicitar apoio a todas as embarcações nas áreas próximas à última localização do GPS da lancha O Maestro. Além disso, empresas civis que operam regularmente helicópteros e navios na região foram avisados do desaparecimento da embarcação e das suas características.

“As buscas seguem padrões técnicos e consideram as ações de ventos e correntes de deriva. Durante todo o período de buscas, o navio e as aeronaves da Marinha do Brasil e da FAB realizaram uma varredura de mais de 44.000 km², percorrendo uma faixa litorânea entre o Porto do Açu, São João da Barra (RJ) e a Restinga da Marambaia (RJ), com um distanciamento de até 90 km da costa”, informou a Marinha.

Sonho que virou pesadelo.

A última localização da lancha foi no litoral norte do Rio de Janeiro, nas proximidades do farol de São Tomé, em Campos dos Goytacazes (RJ). Familiares dos tripulantes da embarcação contaram que eles emitiram um aviso, via rádio, que estavam sendo obrigados a saírem da embarcação e pediram socorro à Marinha e navegantes que estivessem próximos ao local. O contato ocorreu na madrugada do último sábado.

O empresário gaúcho Ricardo José Kirst comprou a lancha O Maestro, modelo DM38, na semana passada. Apaixonado pelo mar e pela pesca, ele decidiu comprar a lancha por ser mais confortável e ter mais espaço para curtir passeios náuticos com a família e amigos. Para trazer a lancha, ele chamou os amigos cearenses Domingos Savio Ribeiro (empresário), Guilherme Ambrósio de Oliveira (comandante), José Cláudio de Souza Vieira (mestre de máquina) e Wilson Martins dos Santos (pescador).

A expedição estava prevista para durar entre 15 e 20 dias, pois o grupo iria fazer paradas para curtir trechos do percurso com gravação de imagens para serem publicadas na internet. A lancha saiu do Iate Clube Guanabara, no dia 26. Eles ainda chegaram a fazer alguns registros, mas logo no primeiro dia, a lancha apresentou um problema de entrada de ar em mangueiras, próximo ao bairro da Urca, onde tiveram de ancorar para realizar o reparo. No dia 28, a lancha, já reparada, seguiu viagem, mas na noite do dia 29 apresentou mais problemas.

No último contato com o empresário Domingos Ribeiro, feito pela mulher de Kirst, pois o telefone dele estava descarregado, ele relatou problemas com o tempo, com ventos fortes, que as ondas chegaram a molhar tudo dentro da lancha, e que um motor e o gerador pararam de funcionar. O contato ocorreu às 23h26 do dia 29.

Fonte: manchetenet
*Com as informações do UOL.

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