O mercado de hidrogênio verde no mundo acelerou após a Rússia e Ucrânia entrarem em guerra. Diante da demanda iminente e da necessidade da transição energética, duas multinacionais, a Green Energy Park e Solatio, anunciaram investimentos de cerca de R$ 200 bilhões no litoral do Piauí em grandes projetos para a produção de hidrogênio verde (H2V) e amônia, considerado o “combustível do futuro”.
O investimento é para os próximos 10 anos. A previsão é de produzir energia limpa a partir de 2027. A pedra fundamental do projeto foi lançada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro Wellington Dias e o governador Rafael Fonteles no dia 15 de dezembro.
O presidente da Solatio Energia, Pedro Vaquer, garante que o mercado de hidrogênio verde é pulsante e ficou mais urgente já que a Europa decidiu que não pode depender mais do gás da Rússia.
“Há muitos compradores de hidrogênio verde, mas não tem produção. Uma certeza é que o mercado não vai faltar. Aqui (no Piauí) qualquer hidrogênio que irá gerar vai ter comprador, já que existe uma necessidade de mercado de mais de 100 vezes maior do que podemos produzir”, diz Pedro Vaquer.
O empresário, que atua há 15 anos no mercado de energia, garantiu que o projeto do Piauí é o maior do mundo para a produção de hidrogênio verde.
“Quero garantir para vocês que o Piauí tem tudo para ser o estado do Brasil a ter o primeiro grande projeto de hidrogênio verde do País, acima de qualquer estado”.
Pedro Vaquer informou que a licença ambiental para a construção da usina já foi autorizada pelo governo. Segundo ele, serão investidos, nessa primeira fase, cerca de R$ 16 bilhões para a planta de 100 hectares que deverá ser operada em 2027.
“Em dezembro do próximo ano tem que começar a obra da primeira fase, que prevê a produção de dois gigas e que provavelmente vai demorar de dois anos ou dois anos e meio para iniciar a operação. É possível que no início seja mais destinada a produção a Europa porque o mercado Europeu hoje está mais necessitado do produto por causa da guerra da Ucrânia com a Rússia”, disse Pedro Vaquer.
A Investe Piauí informou que o projeto prevê a geração de mais de 20 mil empregos diretos no Piauí nos próximos 10 anos. A previsão é produzir 20 gigawatts de H2V.
O Piauí foi escolhido para o projeto, segundo os empresários, por reunir todas as qualidades necessárias como água em abundância, vento e sol.
Outras vantagens ressaltadas pelos empresários da Green Energy Park e Solatio é a construção do Porto Piauí e as isenções dadas pela ZPE (Zonas de Processamento de Exportações) de Parnaíba.
Os dois empresários também elogiaram a postura e a empolgação do governador Rafael Fonteles frente ao projeto do hidrogênio verde.
Na ZPE foi inaugurado o Centro Internacional de Inovação de Hidrogênio Verde que vai agregar um hub e unir pesquisadores de várias partes do mundo e empresas.