A governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), voltou a reforçar a permanência do território cearense em litígio com o Piauí. Um processo corre no Supremo Tribunal Federal onde o Piauí requer parte do Ceará, principalmente a região da Serra da Ibiapaba. Por isto, a chefe do Executivo cearense reforçou a o posicionamento nessa segunda-feira dia 23 de maio.
“Minha defesa é permanente e nós temos o nosso bom direito e nós temos o direito das pessoas, com o seu pertencimento, o seu direito de ser e continuar cearense”, disse a governadora.
Um litígio secular, iniciado em 1758, entre o Piauí e o Ceará permanece até hoje. Os dois estados disputam uma área de terras que fica na Serra da Ibiapaba e envolve 13 municípios cearenses e oito piauienses. Ao todo são 3 mil quilômetros quadrados de terras e cerca de 25 mil pessoas envolvidas na situação.
Izolda Cela participou dia 10 de maio de uma audiência com a ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal para tratar sobre o litígio territorial entre Ceará e Piauí. Na ocasião, ela afirmou que argumentou em defesa para que os cearenses não se sintam prejudicados.
Izolda disse que o governo impõe atenção especial sobre o caso e que tem se atualizado sobre as movimentações. “Tem um processo judicial que está com o seu trâmite normal, acompanhado muito de perto pela nossa equipe da Procuradoria Geral do Estado. A procuradora-geral tem pessoalmente acompanhado isso e sempre me atualizado com relação a qualquer movimento”, complementou.
O litígio de divisas entre Ceará e Piauí compreende um território de aproximadamente 3.000 km², onde vivem 25 mil pessoas, localizado na Serra da Ibiapaba, nos limites entre os estados brasileiros.
As regiões reivindicadas passaram a ser popularmente conhecidas como Cearapió e Piocerá, conforme a Assembleia Legislativa do Ceará.
Em 2011, o Piauí ingressou com uma Ação Originária 1831/2011 no STF, onde questiona as divisas entre os dois estados. A solicitação que completou 11 anos faz parte de uma dúvida que data do governo colonial de Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire, do Ceará, quando o engenheiro Silva Paulet apresentou um mapa da província que mostrava o limite oeste do litoral até a foz do rio Igaraçu.
Dessa forma a localidade de Amarração, atual cidade piauiense de Luís Correia faria parte do território do Ceará. Durante o século XIX, a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que, em 1874, os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade à categoria de vila, conforme explicação da Assembleia Legislativa do Ceará. Fonte: G1. Foto: G1. Edição: APM Notícias.