*Por Gustavo Rosal.
O site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nos informa que o eleitor, depois de três eleições consecutivas sem votar e sem justificar essa ausência, tem o título “cancelado”. Meu título de eleitor está cancelado – e, por acaso, também preciso de uma segunda via. Tanta história, tanto dedo na cara, tanta luta por direitos sociais, assim, cancelada. Parece trágico, mas é burocracia.
Portanto, o TSE exige uma série de documentos para regularizar a situação, entre eles, uma foto tipo selfie, segurando a identidade próxima do rosto, para que atestem não ser uma tentativa de fraude.
Acontece, doutores eleitorais, que o sistema é um pouco inconveniente, não reconhecendo que as pessoas mudam – sem sentido metafísico. A minha foto do RG é de 2014, estamos em 2022, para quem ainda não notou, devido o carnaval em abril.
Antes, eu tinha uma carinha de assustado com tudo e nem um pelinho nas bochechas, hoje, sou um paradoxo – tenho barba e menos cabelo. Apenas talvez conserve a expressão assustada, especialmente diante de tudo.
E o site pede, em letras miúdas, que a foto enviada não contenha qualquer adereço que cubra o rosto, como óculos ou bonés. Desde quando barba é adereço? Sempre foi? Ora, não uso coque samurai ou vaporo vape, portanto não sou especialista em barbas. Resolvi testar.
Caso neguem o requerimento que fiz, enviarei um novo, de bigodes, e certamente não teremos problemas, pois não?
Em 23 de abril de 2022.
*Gustavo Rosal, estudante de Direito na UESPI, cronista, natural de Teresina.