Em Alto Longá, uma bucólica cidade onde nasceram personalidades como o Dr. Itamar e o bravo Mandu Ladino, um pequeno filete de água surge quase despercebido. Este, porém, não é um simples filete. É a nascente do Rio Longá, que, ao longo de seu percurso, transforma-se em um silencioso contador de histórias.
Na sua tenra juventude, o rio desce o monte, crescendo em força e volume à medida que se desenrola. Ele atravessa vales e planícies, passa por cidades, e em cada lugar que toca, testemunha a vida que floresce em suas margens. Ele é o sustento de pequenos povoados que dependem de suas águas para sobreviver.
Cada pedaço de terra que o Longá encontra tem uma história para contar. Alguns são lares de gerações de pescadores, cujas vidas estão intrinsecamente ligadas ao rio. Outros aproveitaram a fertilidade de suas margens para cultivar plantações que se estendem até onde a vista alcança.
Ao longo de sua jornada, o Longá também se torna testemunha dos desafios enfrentados por esses povoados. Ele vê a luta contra secas, inundações e as mudanças que o tempo traz. No entanto, em meio a esses desafios, o rio também testemunha a resiliência dessas comunidades, sua capacidade de se adaptar e superar adversidades.
Ao longo de seu curso de mais de 300 quilômetros, o Longá torna-se mais do que um rio. Ele é um elo que conecta povoados, uma via de comunicação, um meio de transporte, um recurso compartilhado que une as pessoas em uma comunidade interdependente.
Finalmente, após uma longa jornada, formando lagoas e cachoeiras ele chega ao povoado de Barra do Longá e deságua no majestoso Rio Parnaíba, onde o poeta Nenen Calixto espreita e canta seus versos. Aqui, o Longá deixa de ser um rio isolado para se tornar parte de algo maior. Ele une-se ao caudaloso Parnaíba e seguem rumo ao oceano Atlântico, ”o grande congresso das águas”.
Para os poetas Itamar Costa e Nenen Carlito.
Foto: Odaliana C. Veloso.
