Balé integra equipe artística do espetáculo Carmen do Sertão, tema da Ópera da Serra da Capivara deste ano, que ocorrerá entre os dias 27 e 29 de julho na Pedra Furada. Desde abril são pelo menos quatro horas diárias de ensaio pelo Grupo Redemoinho de Dança, formado por alunos e ex-alunos da Escola Estadual de Dança Lenir Argento, de Teresina.
O grupo que se prepara para mais uma edição da Ópera da Serra da Capivara, que começa na próxima segunda-feira dia 24, com o Ópera na Cidade, em São Raimundo Nonato e segue até sábado dia 29 no Parque Nacional da Serra da Capivara, trazendo uma programação recheada com espetáculo inédito e shows de artistas renomados.
Mãos, pés, cabeças, braços e pernas, todos em movimento. Os corpos de 12 dançarinos escalados para o evento ajudam a contar uma história que atravessa gerações e continentes, com coreografias cujo propósito é mostrar as nuances da alma feminina.
Carmen, da obra clássica de George Bizet, é a inspiração da peça que será encenada no palco em meio à caatinga, misturando as belezas de traços da cultura ibérica somados ao calor e ritmos da música latino-americana, representando a força e as muitas características das mulheres brasileiras, nordestinas, dando vida à “Carmen do Sertão”, título do espetáculo deste ano.
Com coreografias concebidas especialmente para o festival, os dançarinos do Grupo irão dividir o palco com talentos de São Paulo, Recife e Curitiba, bailarinas de flamenco, artistas circenses, cantoras, atrizes, músicos e a orquestra Rosa Armorial, dançando sob trilhas que vão do erudito, como Prelúdio e La Habanera, da clássica ‘Carmen’, trilhas do mestre Alceu Valença e mais.
“O processo de criação foi bastante desafiador, pois precisei me desconectar das memórias que trago da ‘Carmen’ original, em que fui bailarino há alguns anos. E seguir a proposta de montar uma adaptação totalmente nova, inserindo elementos do nordeste sem cair em estereótipos”, conta Datan Izaká, diretor-geral do grupo e diretor de coreografia da Ópera desde a estreia, em 2017, com o Ato Ancestral.
Para a edição, ele buscou inspiração no balé clássico, somando características da dança contemporânea e também de outros ritmos nacionais. “É uma união de referências da Espanha e do Brasil, que vão do erudito ao popular, incluindo até movimentos do Carimbó, típico da região norte”, adianta o coreógrafo.
Outro show à parte serão os figurinos do espetáculo, brinca Izaká. Ele adianta algo pelo menos sobre o balé sob sua responsabilidade, que vai trazer ao palco referências à icônica figura de Maria Bonita. “Serão incorporadas cores vibrantes, tecidos rústicos e estampas que lembram detalhes comuns ao cangaço e ao sertão”, encerra.
Uma ópera no sertão.
A Ópera da Serra da Capivara, atualmente na quinta edição, é um evento que conecta diferentes formas de expressão artística e tecnologia, com atividades que incluem oficinas temáticas, shows e o ato principal no anfiteatro da Pedra Furada, cartão postal do Parque Nacional da Serra da Capivara, em três dias de apresentações, de 27 e 29 de julho (veja a programação completa em www.operadaserradacapivara.com.br).
‘Carmen do Sertão’ dá início ao ciclo de releituras de peças mundialmente conhecidas, reimaginadas a partir de um olhar que mescla características brasileiras às narrativas clássicas, e que pretende oferecer uma experiência inesquecível aos espectadores. Os espetáculos têm a direção-artística de Felipe Guerra e direção-geral de Sádia Castro. Fonte/Fotos: GRD. Edição: APM Notícias.