A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nessa quinta-feira dia 7, uma proposta de emenda à Constituição que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros.
O texto foi aprovado em votação simbólica e agora segue para o plenário da Casa. A ideia inicial era que a votação ocorresse na quinta-feira, após a análise da PEC que amplia benefícios sociais em ano eleitoral. Com o adiamento da votação, no entanto, a PEC do piso para enfermeiros também acabou sendo postergada.
O objetivo da PEC, que já foi aprovada no Senado, é dar segurança jurídica a um projeto de lei que prevê o piso salarial a esses profissionais. A proposta já foi aprovada no Congresso, mas a Câmara dos Deputados ainda não levou à sanção presidencial, pois havia receio de veto de Jair Bolsonaro (PL) ou mesmo ações judiciais.
Isso porque havia o risco de a proposta ser enquadrada em vício de iniciativa, quando um Poder avança sobre as prerrogativas de outro na apresentação de mudanças legislativas ou constitucionais.
Por isso, o texto da PEC determina que uma lei federal vai instituir os pisos salariais nacionais para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros. Ou seja, permite que o projeto de lei aprovado anteriormente tenha condições legais de ser aplicado.
O projeto cria um piso de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem receberiam 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50%. De acordo com a proposta, o valor será corrigido anualmente com base no INPC. A categoria é composta por 1,8 milhão de profissionais , 85,1% pertencentes ao sexo feminino.
Deputados, que analisaram o impacto financeiro dessa mudança, preveem aumento de gasto com pessoal na ordem de R$ 16,31 bilhões ao ano, considerando instituições de saúde públicas e privadas.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SC), que fez parte desse grupo, disse que o impacto será baixo frente ao orçamento do SUS. Para o parlamentar, a PEC é o reconhecimento do papel que os enfermeiros desempenham.
Apesar do andamento da PEC, ainda não existe uma solução para financiar os custos do novo piso nacional da enfermagem. Fonte: MN. Foto: SESAPI. Edição: APM Notícias.