A produção de arroz na Lagoa Grande, em Buriti dos Lopes, tem experimentado uma queda acentuada a cada ano. A situação chegou a tal ponto que o título de “Capital do Arroz”, antes atribuído com orgulho à região, parece não mais adequado. Essa situação alarmante é o resultado direto da falta de infraestrutura adequada para a agricultura local, especificamente a ausência de barragens nos rios Longá e Parnaíba.
As enchentes recorrentes causadas pela falta dessas estruturas têm destruído as lavouras de arroz, levando a uma perda de produção que afeta diretamente a economia local. As barragens que foram construídas na época do governador Alberto, na década de 80, estão abandonadas e em estado de deterioração, sem receber a devida manutenção ou renovação.
O atual governador, Rafael Fonteles, apesar de ter investido na região norte com a construção do terminal pesqueiro em Luís Correia, o fortalecimento da ZPE de Parnaíba e o aeroporto da Barra Grande, entre outros projetos em andamento, parece não ter planos para a área de agricultura de Buriti dos Lopes. Os plantadores de arroz estão à mercê das condições naturais, sofrendo prejuízos que chegam a mais de 2 milhões de reais a cada ano, somente na Lagoa Grande. Essa perda significativa afeta não só a economia local, mas também a vida desses trabalhadores e suas famílias.
Os plantadores, organizados em associações, clamam por um novo projeto de construção de barragens a ser incluído no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este projeto não só aliviaria os problemas causados pelas enchentes, mas também seria uma fonte de emprego e renda para a região.
A Lagoa do Buriti tem o potencial de ser um grande polo de produção de arroz no norte do estado do Piauí. No entanto, para que isso aconteça, é necessário um investimento sério e comprometido por parte do governo estadual e federal. É hora de olhar para Buriti dos Lopes e reconhecer o valor e o potencial dessa região.
Dados recentes mostram que a produção de arroz na região caiu cerca de 20% nos últimos cinco anos, considerando o 3564 toneladas, segundo dados do IBGE de 2017. Os gestores municipais daquela cidade nos últimos 15 anos, incluindo o prefeito atual Júnior Percy e seus vereadores não fizeram qualquer ação para a solução definitiva desse problema da produção arroz, embora seja essa a principal atividade econômica do munícípio e que envolve centenas de famílias. Vale lembrar que o atual gestor teve uma forte aproximação e recebeu muito dinheiro público durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, através do ministro Ciro Nogueira que é do seu partido, o PP.
* José Luiz de Carvalho é jornalista.