Autor: jornalista José Luiz de Carvalho
Buriti dos Lopes é uma cidade que traz consigo o peso de anos de espera e a expectativa que se renova a cada eleição. A cada quatro anos, o município testemunha a partida de um prefeito e a chegada de outro, com suas promessas e esperanças para uma administração melhor.
No entanto, ao refletir sobre o ano que se foi e o atual prefeito que está prestes a completar seu oitavo ano no comando, surgem questionamentos. O índice de aprovação, segundo pesquisas (encomendadas), é muito alto, mas a população se pergunta: como? O que realmente foi feito para merecer tal avaliação?
Ao olhar para trás, as gestões anteriores também deixaram marcas como pagamento de salários em dia, limpeza de ruas, enfeites durante os festejos, calçamentos transformados em asfalto e a recuperação de estradas vicinais. Contudo, nada que pudesse ser considerado espetacular. Megaeventos com cantores renomados, sim, mas o que mais?
O diferencial parece se concentrar em um conjunto habitacional (construído) e no novo abastecimento de água(em andamento), ambos realizados com recursos federais. Enquanto isso, a produção de arroz na Lagoa Grande, principal sustento da economia local, clama por atenção, minguando sem esforços efetivos para sua garantia. O brejo do Riacho, com suas palmeiras, símbolo da cidade, definha sem receber a devida consideração.
Nenhum investimento industrial ou comercial de grande porte foi atraído para gerar empregos e renda, deixando a sensação de que, apesar dos números de aprovação, algo crucial está sendo negligenciado. O discurso de que é uma boa gestão municipal, é muito fácil, porque é devido aos recursos federais para Saúde, Educação, Assistência e até Segurança.
Assim, as palavras que ecoam por aí, afirmando que “ele elege quem quiser… Até um…!”, são recebidas com ceticismo. O cidadão comum, imerso nas reflexões sobre Buriti dos Lopes, questiona e espera por mais do que números e promessas. Afinal, uma cidade se constrói não apenas com obras físicas, mas com cuidado, comprometimento e visão de futuro.
* CRÔNICA – 22.12.2023.
