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Universidade do Delta do Parnaíba estuda população surda com linguagem própria no interior do Piauí.

 

O povoado Várzea Queimada em de Jaicós, no sertão do Piauí, com seus quase mil moradores chama atenção pela quantidade de pessoas surdas que ali nascem. Segundo estudos recentes cerca de 34 deles se comunicam de uma forma muito especial, a Cena.

Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos estão organizando um dicionário para preservar essa língua. É que tanto os surdos quanto os não surdos se comunicam através de gestos, criados por eles e batizada de Cena.

Um exemplo é a dona de casa Silvana Luzia Barbosa, que tem seis filhos. Três deles nasceram surdos. Como não tiveram acesso ao aprendizado de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, o jeito foi improvisar.

Sem saber, a família ajudou a estruturar o que os pesquisadores chamam de língua emergente. O fenômeno despertou o interesse de Andrews Newins, doutor em linguística pelo Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos.

Há cinco anos, especialistas da área de linguística da Universidade Federal do Delta do Parnaíba pesquisam as origens e o desenvolvimento da língua de sinais no povoado com novecentos moradores. Os estudos avançaram e até agora quase 300 expressões utilizadas pela comunidade de surdos de Várzea Queimada foram catalogadas por pesquisadores.

O resultado está ganhando forma com o dicionário Cena/Libras. As palavras estão sendo registradas em fotos. A doutora Karina Mandelbaun estudou profundamente a localidade, onde o casamento entre primos era bem comum, o que explica tantos surdos num só lugar. Fonte: 180graus. Foto: Globo. Edição: APM Notícias.

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